A medida, justificada pela necessidade de otimizar recursos humanos e facilitar a gestão de escalas, suscitou um intenso debate público e reações díspares entre políticos e profissionais de saúde. A proposta de reorganização, confirmada pela Unidade Local de Saúde (ULS) de São José e pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, foi apresentada como uma fusão para otimizar recursos, e não um encerramento.

No entanto, vários artigos referem-se à medida como o fecho do serviço no Hospital Dona Estefânia, o que gerou surpresa entre médicos e enfermeiros da instituição.

A principal causa apontada para esta decisão é a “falta de profissionais” e a consequente dificuldade em assegurar as escalas de serviço. A antiga ministra da Saúde, Ana Jorge, defendeu a concentração, afirmando que esta “vai facilitar o processo de gestão dos médicos e das respetivas escalas de serviços”.

Esta visão é partilhada por alguns obstetras e neonatologistas, que consideram a medida acertada.

Em contrapartida, a proposta enfrentou forte oposição por parte de sindicatos e do PCP, que acusou a ministra de “embuste”. O diretor-executivo do SNS e a ministra tentaram clarificar a situação, negando a existência de um plano de encerramento e reforçando que se trata de um “projeto de organização”. A controvérsia em torno da comunicação e da natureza da medida evidencia a sensibilidade política e social associada a qualquer alteração na oferta de cuidados de saúde, especialmente nas áreas pediátrica e materno-infantil, refletindo as tensões estruturais do Serviço Nacional de Saúde.