A decisão apanhou médicos e enfermeiros de surpresa e suscitou reações divergentes. A Sociedade Portuguesa de Neonatologia apoia a concentração dos cuidados, argumentando que a falta de médicos torna a fusão inevitável para garantir a qualidade e segurança dos serviços.
O coordenador de neonatologia do São José e a antiga ministra da Saúde, Ana Jorge, também defenderam que a medida facilitaria a gestão das escalas médicas.
No entanto, a proposta enfrenta forte oposição de várias frentes. O Sindicato dos Enfermeiros (Sindepor) alertou para o "risco direto para a vida de recém-nascidos", e o PCP acusou o Governo de reduzir a capacidade de resposta do SNS.
Uma petição pública contra o fecho superou as 11 mil assinaturas, e os enfermeiros marcaram um protesto.
A polémica adensou-se com declarações contraditórias, como a do diretor-executivo do SNS, que negou a existência de um plano de encerramento definitivo, afirmando que existe uma grande diferença "entre o que se equaciona e o que se decide". Este caso reflete o dilema entre a necessidade de racionalizar recursos escassos e o receio de perder respostas de proximidade e especializadas, num contexto de crescente desconfiança sobre o futuro dos serviços públicos de saúde.













