A grávida, residente em Ourém, solicitou socorro, mas a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Leiria estava indisponível. Consequentemente, a ambulância dos bombeiros teve de se dirigir a Torres Novas para se encontrar com a VMER de Santarém. O parto ocorreu durante o trajeto de regresso a Leiria, aproximadamente uma hora após o pedido de ajuda inicial. Este não é um caso isolado, mas sim um exemplo dramático das consequências diretas do encerramento e condicionamento de urgências de obstetrícia por todo o país. A necessidade de transferir grávidas em trabalho de parto por longas distâncias aumenta significativamente os riscos tanto para a mãe como para o bebé. A situação expõe a fragilidade da rede de emergência médica e a falta de capacidade de resposta em tempo útil, transformando o que deveria ser um momento seguro e assistido num evento de alto risco em cenários improvisados. A repetição destes casos sublinha a urgência de garantir a operacionalidade contínua das maternidades e dos meios de emergência pré-hospitalar.