Esta medida, que entrou em vigor no início de dezembro, visa reorganizar os serviços e otimizar os recursos, alinhando-se com as diretrizes nacionais para o setor. A alteração significa que os utentes não podem mais dirigir-se espontaneamente ao serviço de urgência pediátrica durante a noite. O acesso é agora mediado pela avaliação inicial de entidades como o INEM/CODU ou o SNS24, que determinam a necessidade de recurso ao serviço hospitalar e procedem ao devido encaminhamento. A administração da ULS enquadra esta mudança como parte de um esforço nacional de "reorganização da urgência pediátrica", refletindo uma estratégia mais ampla do SNS para gerir o fluxo de doentes e direcionar os casos menos urgentes para outros níveis de cuidados. Este modelo de "porta fechada" procura combater a sobrelotação e o uso inadequado das urgências hospitalares, que são frequentemente pressionadas por falta de alternativas na comunidade, como a ausência de médico de família. Contudo, a implementação de tais barreiras ao acesso direto pode gerar apreensão junto da população, que poderá sentir-se mais insegura. O sucesso desta abordagem depende criticamente da robustez e eficiência dos sistemas de triagem à distância e da capacidade de resposta dos meios de emergência para transportar os doentes referenciados. A medida representa uma solução pragmática para a escassez de recursos humanos, mas levanta questões sobre a equidade no acesso aos cuidados de saúde.