Portugal entrou em fase epidémica de gripe, resultando numa sobrecarga generalizada dos serviços de urgência hospitalar e em atrasos na resposta das ambulâncias. A situação, descrita como um "entupimento" dos hospitais, expõe a fragilidade do sistema de saúde perante picos de procura sazonais. Segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o aumento de casos de gripe levou a um acréscimo significativo da procura por cuidados de saúde, sobrecarregando as urgências. Hospitais como o Amadora-Sintra reportaram uma média de 350 utentes diários com problemas respiratórios graves, o que contribuiu para os tempos de espera extremos.
A crise não se limitou às portas dos hospitais.
Técnicos de emergência pré-hospitalar revelaram que a sobrecarga se estendeu ao sistema de socorro, provocando "atrasos na saída de ambulâncias para pedidos de socorro". Esta conjugação de fatores — hospitais sobrelotados e uma resposta pré-hospitalar mais lenta — cria um ciclo vicioso perigoso, onde doentes urgentes demoram mais tempo a chegar ao hospital e, uma vez lá, enfrentam esperas prolongadas.
A situação foi agravada pela falta de vacinas da gripe nas farmácias para pessoas fora dos grupos elegíveis, limitando a prevenção na população em geral.
A epidemia de gripe atuou, assim, como um teste de stress ao SNS, revelando as suas fragilidades tanto a nível hospitalar como pré-hospitalar.
Em resumoA fase epidémica de gripe em Portugal expôs as fragilidades do SNS, causando o congestionamento das urgências hospitalares e atrasos na resposta das ambulâncias. Este cenário demonstrou como os picos sazonais podem levar o sistema de saúde ao limite da sua capacidade de resposta.