A Linha SNS 24 registou um aumento de 17% no volume de chamadas em dezembro, atingindo cerca de 307.000 atendimentos, um reflexo da crescente pressão sobre o sistema de saúde. Simultaneamente, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu a existência de constrangimentos no funcionamento da linha, atribuindo responsabilidades à operadora Altice. Este aumento significativo de procura, com picos de afluência registados nos períodos após os feriados, demonstra o papel central que a linha de triagem assumiu na estratégia do Ministério da Saúde para gerir a afluência às urgências. As autoridades de saúde recomendam ativamente que os utentes contactem o SNS 24 antes de se deslocarem a um hospital, especialmente no caso das urgências de obstetrícia, para obterem orientação adequada.
No entanto, a eficácia desta estratégia é comprometida pelos próprios problemas da linha.
A admissão de constrangimentos por parte da tutela, que já haviam sido reportados em meses anteriores, e a atribuição de culpas a um fornecedor externo, indicam dificuldades persistentes em garantir a robustez do serviço. Quando a principal ferramenta para aliviar a pressão sobre as urgências falha, o risco de os utentes recorrerem diretamente aos hospitais, ou de não receberem aconselhamento atempado, aumenta, minando o esforço de racionalização do acesso aos cuidados de emergência.
Em resumoO aumento exponencial de chamadas para a Linha SNS 24 demonstra a sua centralidade na gestão da crise das urgências. Contudo, o serviço enfrenta os seus próprios constrangimentos, tanto de volume como técnicos, o que limita a sua eficácia como 'filtro' e sistema de orientação para os utentes.