A controvérsia expôs as tensões entre a liberdade de imprensa, o respeito pela memória da falecida e a defesa da honra pessoal.
A polémica foi iniciada por um artigo de Armando Esteves Pereira, diretor-geral adjunto do Correio da Manhã, que afirmou: “a Teresa é uma vítima não contabilizada de violência doméstica em Portugal”. Esta acusação, embora não nomeando diretamente o agressor, foi amplamente associada a Sousa Tavares, único marido de Caeiro. A resposta de Miguel Sousa Tavares foi imediata e assertiva, garantindo que tomaria medidas legais para proteger não só a sua honra, mas também “a memória da Teresa”. A família de Teresa Caeiro também reagiu publicamente, emitindo um comunicado onde pedia “respeito, contenção e que a sua memória seja honrada”, repudiando os “rumores e falsidades que circulam sobre a sua vida pessoal e íntima”.
Este apelo, no entanto, não impediu a continuação do debate.
Jornalistas como Sandra Felgueiras posicionaram-se, prometendo proteger a amiga “dos abutres”, enquanto comentadores como Susana Dias Ramos questionaram a sinceridade das homenagens póstumas, perguntando: “Mas onde estavam quando ela precisava?”.
A situação escalou a ponto de Sousa Tavares, no seu espaço de comentário no Jornal Nacional da TVI, ter sido confrontado em direto por Sandra Felgueiras com a pergunta “Sentes-te de consciência tranquila?”. A sua resposta e a sua presença no funeral de gravata preta foram interpretadas como gestos de luto e defesa silenciosa, num caso que ilustra a complexa e delicada gestão de uma crise de imagem póstuma que envolve figuras públicas de grande notoriedade.