Absolvição de Joana Marques no Processo Movido pelos Anjos

A humorista Joana Marques foi absolvida no processo judicial movido pela dupla de cantores Anjos, que pedia uma indemnização superior a um milhão de euros por danos morais e materiais. A decisão do Tribunal Central Cível de Lisboa, que considerou a ação "improcedente", gerou uma onda de reações, marcando um momento significativo no debate sobre os limites do humor e a liberdade de expressão em Portugal. A controvérsia teve origem num vídeo satírico publicado por Marques em 2022, que parodiava a interpretação do hino nacional pelos irmãos Rosado num evento de MotoGP. A dupla alegou que a publicação resultou em perdas financeiras e danos à sua reputação, incluindo o cancelamento de concertos e o surgimento de uma "crise de acne" num dos membros devido ao stresse. A juíza Francisca Preto, na sentença de 37 páginas, concluiu que não ficou provado que a publicação da humorista tenha sido a causa dos prejuízos e que a sua opinião "não derrapa para a ofensa pessoal e gratuita".

A reação de Joana Marques foi de celebração.

Em direto na Rádio Renascença, onde soube da notícia, festejou a absolvição, considerando-a "uma vitória de toda a gente".

Afirmou que sempre esperou este desfecho, descrevendo a paródia como "um vídeo parvo e das coisas mais inofensivas que fiz nos últimos anos".

Anunciou ainda que irá utilizar o material recolhido durante o julgamento para criar um novo espetáculo de humor.

Por sua vez, os Anjos emitiram um comunicado onde, apesar de não concordarem com a decisão, afirmaram respeitar a justiça.

Sublinharam que "este processo nunca teve como objetivo limitar a liberdade de expressão e muito menos o humor, mas sim defender aquilo que é justo - a nossa honra e a nossa dignidade".

O caso polarizou a opinião pública e outras celebridades, com figuras como Manuel Luís Goucha a celebrar o "triunfo do HUMOR!

", enquanto Cristina Ferreira expressou empatia pelos cantores, afirmando que "o humor inteligente é aquele que não ofende".

Em resumo

A absolvição de Joana Marques foi vista por muitos como uma vitória da liberdade de expressão e do humor em Portugal. A humorista reagiu com satisfação e planos para capitalizar a experiência de forma criativa, enquanto os Anjos, embora discordando, aceitaram o veredicto. O caso suscitou um amplo debate público sobre os limites da sátira e a sensibilidade dos visados.