Em entrevistas, a atriz detalhou os abusos sofridos e respondeu às críticas sobre a sua participação, defendendo o seu ativismo. Após o seu regresso a Portugal, Sofia Aparício falou abertamente sobre os momentos de terror vividos durante a detenção.

Descreveu ter sido “atirada contra o chão” e ter testemunhado um companheiro a ser “espancado só porque sim”.

A atriz relatou ainda ter sido revistada “aos pontapés” e submetida a “quatro horas de tortura” numa pequena cela com ar condicionado no máximo de frio. A experiência deixou-a com um profundo sentimento de impotência e raiva, admitindo ter temido pela vida ao ter “uma mira apontada à cabeça”.

Perante as críticas que sugeriam que a sua participação na flotilha visava obter atenção mediática, a resposta de Aparício foi firme e direta. “A minha vida é muito discreta, nunca procurei likes, não gosto da atenção mediática”, declarou, acrescentando que apenas usou a sua plataforma pública porque a causa assim o exigia.

A sua principal motivação, segundo a própria, foi um imperativo de consciência: “Se não fosse, nunca mais dormia com a consciência tranquila”.

Ao partilhar a sua história, a atriz não só denunciou as condições da sua detenção, mas também reforçou a sua posição como ativista, transformando uma experiência pessoal traumática numa plataforma para a consciencialização sobre o conflito.