A antiga jornalista Manuela Moura Guedes acusou publicamente João Cotrim de Figueiredo, candidato à Presidência da República, de a ter obrigado a rescindir o seu contrato com a TVI em 2010. A troca de acusações reacendeu uma antiga polémica sobre a liberdade de imprensa e a influência política nos media. Numa publicação no Facebook, Moura Guedes classificou Cotrim de Figueiredo como um “pau mandado dos espanhóis”, referindo-se aos então donos da Media Capital, e afirmou que foi ele quem, “no meio de ameaças de processos”, a forçou a sair após a suspensão do seu ‘Jornal Nacional de Sexta-feira’. A jornalista sublinhou a ironia de a decisão ter sido tomada apesar de o seu jornal ser “o mais visto de todos os canais portugueses”. Em resposta, João Cotrim de Figueiredo emitiu um comunicado onde acusa a jornalista de ter “lapsos de memória incompreensíveis”. O eurodeputado da Iniciativa Liberal argumenta que, quando assumiu o cargo de diretor-geral da TVI em abril de 2010, o programa de Moura Guedes já estava suspenso e ela encontrava-se de baixa médica desde 2009.
Negou qualquer “subserviência aos acionistas espanhóis” e afirmou que a própria jornalista, na altura, elogiou a “forma humana” como ele geriu a sua saída.
Manuela Moura Guedes contra-atacou, questionando: “Estar de baixa demonstra que é para despedir?
(...) Podia tê-la integrado na redação, não é?
Pois, mas aí o que diriam ‘os donos’?”.
Em resumoA troca de acusações entre Manuela Moura Guedes e João Cotrim de Figueiredo reavivou um dos episódios mais controversos do jornalismo português recente. Enquanto a jornalista o acusa de ceder a pressões para a afastar, o candidato presidencial defende a sua gestão e aponta para falhas de memória, num conflito que opõe duas narrativas sobre poder, media e liberdade de expressão.