A Romaria d’Agonia, em Viana do Castelo, reafirmou o seu estatuto como uma das maiores celebrações populares de Portugal, mobilizando milhares de participantes e visitantes em torno da fé e da tradição. No entanto, a edição deste ano foi impactada pela Situação de Alerta decretada pelo Governo, que obrigou ao cancelamento dos espetáculos de fogo de artifício previstos, uma decisão tomada em prol da segurança. Um dos momentos mais emblemáticos, o Desfile da Mordomia, contou com a participação de mais de mil mulheres, que exibiram os trajes tradicionais e o ouro, num gesto que a presidente da Comissão de Honra, Flora Silva, descreveu como “um dos mais belos de todos os quadros, porque é um gesto de cortesia”. O presidente da Câmara, Luís Nobre, enalteceu o papel das mordomas como um “farol” para a identidade vianense.
A procissão solene, outro ponto alto, foi descrita como o dia em que “a Senhora visita a cidade e abençoa quem está em terra”.
O Cortejo Histórico-Etnográfico, sob o tema “História e Tradição – Isto é Viana”, envolveu cerca de 3.500 figurantes, 30 freguesias e 33 carros alegóricos, demonstrando a vasta mobilização comunitária.
A organização, a cargo da VianaFestas, teve de gerir a elevada procura pela participação no Desfile da Mordomia, chegando a abrir 76 vagas adicionais para mulheres que não conseguiram inscrever-se inicialmente, embora criticando o que considerou um “aproveitamento político extremista” da situação. A decisão de cancelar os espetáculos de fogo de artifício, incluindo a Serenata, foi justificada como uma medida de segurança prioritária face ao risco de incêndio, refletindo um desafio crescente para a organização de grandes eventos em períodos de alerta meteorológico.
Em resumoA Romaria d’Agonia de 2025 destacou-se pela sua grandiosidade e forte adesão popular, com milhares de participantes a celebrarem a tradição, especialmente no Desfile da Mordomia e no Cortejo Histórico. Contudo, o evento foi condicionado pela Situação de Alerta nacional, que levou ao cancelamento dos espetáculos de fogo de artifício, priorizando a segurança pública sobre a tradição pirotécnica.