A dualidade das decisões espelha o dilema enfrentado por muitos municípios afetados pelos fogos: o desejo de manter a normalidade e os eventos culturais versus a responsabilidade de garantir a segurança de todos.

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As Festas do Concelho de Seia, agendadas para meados de agosto, foram diretamente impactadas pela grave situação dos incêndios que assolaram a região, obrigando a organização a reavaliar a sua programação. A decisão de cancelar parte do programa refletiu a necessidade de priorizar a segurança e concentrar recursos no combate às chamas. Inicialmente, o Município de Seia anunciou o cancelamento da programação agendada para o dia 15 de agosto, devido à “gravidade do incêndio que continua a lavrar na zona sul do concelho”. A decisão foi tomada por não estarem reunidas as condições de segurança necessárias para a realização dos espetáculos, que incluíam as atuações de Mizzy Miles e Túlio Augusto Trio. No entanto, no dia seguinte, a autarquia decidiu manter o programa previsto para 16 de agosto, que contava com o concerto de Carminho. Esta decisão foi tomada após uma análise das condições de segurança, do estado do recinto e das vias de acesso, em articulação com os agentes de proteção civil. A autarquia justificou a manutenção de parte das festas como uma forma de ir “de encontro às expectativas do público”, mas comprometeu-se a reavaliar a situação diariamente, em função da evolução do incêndio. A situação no concelho era complexa, com várias estradas encerradas, embora as principais vias de acesso a Seia se encontrassem circuláveis.
A dualidade das decisões espelha o dilema enfrentado por muitos municípios afetados pelos fogos: o desejo de manter a normalidade e os eventos culturais versus a responsabilidade de garantir a segurança de todos.