Um dos momentos mais marcantes, a “Noite dos Tapetes”, voltou a transformar as ruas da Ribeira em “verdadeiros corredores de cor, arte e devoção”, utilizando perto de 50 toneladas de sal tingido para criar obras de arte efémeras. Esta manifestação de fé popular, que antecede a procissão, mobiliza famílias inteiras e atrai milhares de visitantes, sendo um testemunho da devoção à padroeira dos pescadores.
Uma das participantes resumiu o sentimento coletivo ao afirmar: “Nós fazemos isto pela Senhora d’Agonia!
Só ela é que pode desfazer os tapetes”. A procissão ao mar, que em 2025 completou 57 anos, constituiu outro ponto alto, com os andores a serem carregados pelos homens do mar sobre os tapetes de sal.
Contudo, a festa foi diretamente impactada pela situação de alerta nacional devido aos incêndios florestais.
A organização, a VianaFestas, decidiu adiar a tradicional serenata de fogo de artifício. Manuel Vitorino, presidente da entidade, justificou a decisão como um ato de responsabilidade: “Compreendemos a desilusão que esta decisão possa provocar, mas tomamos a decisão com o sentido de responsabilidade e tendo presente o bem comum, num momento em que a situação afeta milhares de famílias em todo o país”. Este episódio ilustra a tensão entre a manutenção de tradições festivas e a necessidade de adaptação a emergências nacionais, sublinhando que mesmo os eventos mais enraizados não estão imunes às realidades do presente.