A 33.ª Festa da Castanha de Sernancelhe e a Feira da Castanha em Mortágua, realizadas no final de outubro, destacaram a relevância económica e cultural deste fruto de outono. Em Sernancelhe, o evento foi marcado por uma campanha de reflorestação de soutos afetados por incêndios, enquanto em Mortágua os produtores enfrentaram a imprevisibilidade do clima para garantir as vendas. Em Sernancelhe, a grande novidade da 33.ª edição foi a campanha “Dar vida a um castanheiro”, que visa incentivar a plantação de 15 mil novos castanheiros para recuperar os cerca de 400 hectares de soutos consumidos pelos incêndios de agosto. Esta iniciativa confere ao evento um caráter de resiliência e aposta no futuro do setor.
A feira manteve-se como uma importante montra para produtores, empresas, artesanato e gastronomia local, com atividades como a “Rota da Castanha e do Castanheiro” e concursos para eleger a melhor castanha DOP e o melhor doce.
Já em Mortágua, a feira atraiu milhares de pessoas, mas os produtores mostraram-se apreensivos com o “clima imprevisível” que ameaçou o sucesso das vendas, evidenciando a vulnerabilidade do setor às condições meteorológicas.
Em ambos os concelhos, os certames funcionaram como um ponto de encontro essencial para a economia local, celebrando um produto que é central na identidade e na tradição destas regiões.
Em resumoAs feiras da castanha em Sernancelhe e Mortágua ilustram as duas faces do setor: por um lado, a capacidade de superação e de planeamento a longo prazo, como demonstra a campanha de reflorestação em Sernancelhe; por outro, a dependência de fatores conjunturais como o clima, que afeta diretamente os produtores em Mortágua. Ambos os eventos confirmam a castanha como um pilar da economia e cultura rurais.