A secular Feira Anual dos Santos de Cerdal regressa a Valença, afirmando-se como um dos maiores encontros populares do Noroeste Peninsular e um ponto de encontro privilegiado entre portugueses e galegos. Reconhecida pelo terceiro ano como Património Cultural Imaterial de Portugal, a feira preserva tradições seculares, como a "Feira das Trocas" e as corridas de garranos. Com mais de três séculos de existência, a Feira dos Santos de Cerdal mantém uma relevância que lhe valeu a classificação oficial, fundamentada na sua longevidade, forte adesão popular e na preservação de costumes únicos. O evento transforma Valença num grande mercado a céu aberto com mais de 400 tendas que vendem uma vasta gama de produtos, desde vestuário e maquinaria agrícola a gado de várias espécies.
A sua dimensão transfronteiriça é um dos seus maiores trunfos, atraindo uma forte afluência de visitantes da Galiza.
A programação preserva rituais distintivos, como a “Feira das Trocas”, realizada no segundo dia, onde os visitantes podem substituir produtos adquiridos no dia anterior, uma prática que “atravessa gerações e continua a fazer parte da vivência desta celebração popular”.
Outro ponto alto são as tradicionais corridas de garranos em passo travado, que exibem a agilidade desta raça autóctone. As noites são marcadas pelo convívio gastronómico em tasquinhas, onde se provam vinhos novos e petiscos tradicionais, ao som de concertinas e desgarradas, reforçando o ambiente festivo e a identidade cultural do certame.
Em resumoA Feira dos Santos de Cerdal, em Valença, destaca-se não só pela sua dimensão e impacto económico transfronteiriço, mas sobretudo pelo seu estatuto de Património Cultural Imaterial. O evento preserva tradições únicas como a 'Feira das Trocas' e as corridas de garranos, consolidando-se como um dos principais certames de outono no eixo Galiza-Norte de Portugal.