A polémica intensificou-se com declarações oficiais de várias emissoras.
A RTÉ, da Irlanda, considerou a participação do país “inconcebível, dada a contínua e terrível perda de vidas em Gaza”.
De forma semelhante, a AVROTROS, dos Países Baixos, justificou a sua posição com o “severo e contínuo sofrimento humano” e alegou “provas de interferência do governo israelita” na edição mais recente do festival.
Em Espanha, o ministro da Cultura, Ernest Urtasun, afirmou que não se pode “normalizar a participação de Israel nos fóruns internacionais como se nada estivesse a acontecer”.
A UER, por sua vez, mantém a sua posição de que a Eurovisão é “um concurso para as emissoras — não para governos”, lembrando que a emissora pública israelita participa há 50 anos. O diretor do festival, Martin Green, reforçou que o evento “não deve ser utilizado como trampolim para sanções políticas” e que cabe a cada membro decidir se deseja competir.
Esta argumentação, contudo, é contestada por quem aponta a rápida exclusão da Rússia como um precedente que estabeleceu um critério de responsabilização política.
A RTP ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o assunto, mas a ausência de menção à Eurovisão no anúncio do Festival da Canção 2026 alimentou especulações. A situação deixa o futuro da edição de Viena em aberto, dependendo da decisão final da UER, que tem até meados de dezembro para receber as confirmações de participação.