A potencial participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção de 2026 está a gerar uma significativa controvérsia, com vários países a ameaçarem boicotar o evento e artistas a apelarem à exclusão do país. Em resposta a esta pressão, a RTP alterou o regulamento do Festival da Canção, deixando em aberto a presença de Portugal no certame europeu. A polémica intensificou-se com as declarações de Salvador Sobral, vencedor da Eurovisão em 2017, que defendeu veementemente a exclusão de Israel, traçando um paralelo com a expulsão da Rússia após a invasão da Ucrânia. “Desde que o genocídio é declarado, é óbvio que Israel não pode estar na Eurovisão a cantar canções de circo, não faz nenhum sentido”, afirmou o cantor à TSF, acrescentando que “está na hora de Portugal acordar” e retirar a sua participação caso Israel concorra.
A emissora pública portuguesa, por sua vez, adotou uma postura cautelosa.
O novo regulamento do Festival da Canção estipula que a canção vencedora fica “habilitada a representar a RTP no Eurovision Song Contest”, uma mudança subtil face à garantia de participação de anos anteriores.
Esta alteração reflete a incerteza que rodeia o evento, enquanto países como Espanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia já anunciaram publicamente que não participarão se a União Europeia de Radiodifusão (UER) não vetar a presença israelita.
A decisão final dos países deverá ser comunicada até dezembro, após a Assembleia Geral da UER.
Em resumoA controvérsia sobre a participação de Israel na Eurovisão 2026 criou uma forte tensão política, com vários países a ameaçarem um boicote e figuras como Salvador Sobral a pedirem a retirada de Portugal. A postura ambígua da RTP no novo regulamento do Festival da Canção reflete a incerteza que paira sobre o evento.