A controvérsia levou a UER a agendar uma votação extraordinária sobre o assunto em novembro.
A polémica intensificou-se nas últimas semanas, com as emissoras públicas de países como Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslovénia e Islândia a apelarem publicamente à expulsão de Israel ou a declararem a sua intenção de se retirarem do concurso caso a emissora israelita KAN participe.
A justificação principal assenta na ofensiva militar em Gaza, estabelecendo um paralelo com a exclusão da Rússia após a invasão da Ucrânia. A ministra da Cultura da Bélgica, Elisabeth Degryse, considerou que um boicote seria “um gesto forte e coerente”.
A posição de Espanha assume particular relevo por ser o primeiro país dos 'Big 5' (os maiores contribuintes financeiros da UER) a anunciar o boicote.
Em sentido diametralmente oposto, a Alemanha defendeu que Israel “tem o direito de participar”, com o chanceler Friedrich Merz a afirmar que o seu país abandonará o concurso se Israel for banido, descrevendo a discussão como “um escândalo”. No meio do debate, Noa Kirel, representante de Israel em 2023, defendeu que o festival “não se trata de política”. Perante esta “diversidade de opiniões sem precedentes”, a presidente da UER, Delphine Ernotte, convocou uma Assembleia Geral extraordinária em novembro para que todos os membros votem sobre a questão, reconhecendo que a UER “nunca enfrentou uma situação de divisão como esta”.









