A sua morte prematura deixa um vazio na música contemporânea, pondo fim a uma carreira marcada por uma busca incessante pela perfeição artística, ainda que à custa de longos períodos de silêncio.

Michael Eugene Archer, o seu nome de nascimento, emergiu em 1995 com o álbum de estreia "Brown Sugar", que redefiniu as fronteiras do R&B e ajudou a consolidar o movimento neo-soul. O seu segundo álbum, "Voodoo" (2000), foi uma obra-prima aclamada pela crítica que lhe valeu dois prémios Grammy e solidificou o seu estatuto de génio musical, comparado a Prince e Marvin Gaye.

No entanto, o sucesso avassalador e a pressão da indústria levaram-no a um hiato de 14 anos, que terminou com o lançamento surpresa de "Black Messiah" em 2014, um disco politicamente carregado e musicalmente complexo. A sua morte gerou uma onda de homenagens de artistas como Beyoncé, Nile Rodgers, Flea e Dino D'Santiago, que o recordaram como um "pioneiro" e um "templo" da música. Jill Scott descreveu-o como "um milagre que respirava notas".

D'Angelo deixa um legado de apenas três álbuns de estúdio, mas a sua obra é considerada um marco de inovação e profundidade, que continua a influenciar uma nova geração de artistas.