Numa publicação no Instagram, Nemo declarou que, embora grato pela experiência, sentia que “o troféu já não tem lugar na minha estante”.
O artista suíço criticou a dissonância entre os valores promovidos pelo festival e as decisões da sua organização.
“A Eurovisão diz representar unidade, inclusão e dignidade para todos.
(...) Mas a participação continuada de Israel, durante aquilo que uma Comissão de Inquérito Independente da ONU concluiu ser um genocídio, mostra um conflito claro entre esses ideais e as decisões tomadas pela organização da Eurovisão”. Nemo fez questão de sublinhar que a sua posição “não tem a ver com indivíduos ou artistas”, mas sim com a necessidade de coerência entre os valores defendidos e as ações praticadas. A decisão de devolver o prémio é um dos atos de protesto de maior visibilidade até à data, vindo de uma figura central da edição anterior, e serve para galvanizar o movimento de boicote que se espalha por vários países. O gesto coloca a UER numa posição delicada, demonstrando que o descontentamento não se limita a ativistas ou a um grupo restrito de países, mas é partilhado por artistas que foram coroados pela própria organização.














