A Islândia juntou-se oficialmente a Espanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia, que já tinham manifestado a sua intenção de não participar enquanto a situação se mantiver.

Stefan Eiriksson, diretor-geral da estação pública islandesa RÚV, justificou a decisão afirmando que “não há paz nem alegria associadas a este concurso nas circunstâncias atuais”.

Esta posição reflete um sentimento partilhado por outras emissoras, que consideram a presença de Israel incompatível com os valores de união e paz do festival, especialmente face à crise humanitária em Gaza. A pressão sobre a União Europeia de Radiodifusão (UER) é imensa, com a sua presidente, Delphine Ernotte Cunci, a admitir que “a união nunca enfrentou uma situação tão divisiva”.

A posição de Espanha é particularmente relevante, por integrar o grupo dos “Big Five”, os principais financiadores do festival, o que confere um peso financeiro e político significativo ao seu boicote.

A UER tentou mitigar as preocupações ao aprovar novas regras para proteger a integridade da votação, mas para vários países estas medidas não foram suficientes para resolver a questão de fundo.

O movimento de boicote transforma a edição de 2026, que deveria comemorar os 70 anos do concurso, num dos momentos mais fraturantes da sua história, ameaçando a sua reputação e coesão.