Esta medida, implementada pelo Governo, visa refletir a descida do imposto aprovada para 2025 com efeitos retroativos a janeiro, mas levanta questões sobre o acerto de contas com a Autoridade Tributária em 2026. Para aplicar o alívio fiscal de 500 milhões de euros no IRS, aprovado pelo Parlamento, o Governo ajustou as tabelas de retenção na fonte. De forma a compensar os contribuintes pelo imposto retido a mais entre janeiro e julho, foram criadas tabelas excecionais para agosto e setembro com taxas significativamente mais baixas.

Como resultado, muitos trabalhadores e pensionistas viram o seu rendimento líquido mensal aumentar substancialmente.

Por exemplo, salários brutos até 1.136 euros ficaram isentos de retenção nestes dois meses.

No entanto, este aumento é temporário.

A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, ainda com taxas inferiores às do primeiro semestre, mas mais elevadas do que as de agosto e setembro, o que resultará numa diminuição do rendimento líquido face a estes dois meses. A principal consequência desta abordagem é que a retenção na fonte funciona como um adiantamento do imposto final. Ao reter menos agora, o valor adiantado ao Estado é menor, o que provavelmente resultará em reembolsos mais baixos ou mesmo na necessidade de pagar imposto adicional no momento da liquidação final do IRS em 2026. A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, esclareceu que os contribuintes podem solicitar às suas entidades empregadoras a manutenção de uma taxa de retenção mais elevada para evitar surpresas no acerto final.