A medida insere-se no objetivo de alargar a base tributável para permitir uma redução transversal das taxas do imposto, gerando um debate sobre justiça fiscal e proteção social. Numa resposta a uma pergunta do Grupo Parlamentar do PS, o Ministério das Finanças indicou que o programa do Governo prevê a introdução de uma "noção sintética e abrangente de rendimento sujeito a IRS".

O objetivo, segundo a tutela, é "corrigir injustiças e subtributações" no sistema fiscal atual, o que permitiria um "maior desagravamento das taxas marginais".

Embora o Governo não tenha especificado quais as prestações sociais que poderiam ser afetadas, a resposta evasiva deixou em aberto a possibilidade de apoios como o subsídio de desemprego ou o subsídio ao cuidador informal passarem a ser considerados rendimento tributável.

O Ministério das Finanças assegurou que qualquer eventual reformulação da base de incidência do IRS "será objeto de estudo aprofundado", levando em conta os princípios constitucionais, a justiça fiscal e a proteção dos grupos mais vulneráveis. A discussão surge num contexto em que associações de cuidadores informais e de pessoas com deficiência denunciam que a Segurança Social já está, em alguns casos, a considerar estes subsídios como rendimento, resultando em cortes noutros apoios sociais, como o abono de família, apesar de o Ministério das Finanças garantir que tais prestações não estão sujeitas a IRS.