Esta reflexão sublinha o debate contínuo sobre a política fiscal em Portugal e o seu impacto na poupança e no investimento.

Durante uma intervenção na Universidade de Verão do PSD, Maria Luís Albuquerque foi questionada sobre que medida económica do seu passado como ministra (2013-2015) alteraria. A sua escolha recaiu sobre o aumento da taxa liberatória, que incide sobre rendimentos de capitais como juros, dividendos e rendas.

Classificou a medida como um "incentivo errado", argumentando que Portugal "precisa de estimular a poupança e precisa de estimular a aplicação dessa poupança na economia". Justificou a decisão, tomada durante o período de assistência financeira da 'troika', como uma necessidade decorrente do contexto de crise, em que foi preciso aumentar impostos de forma generalizada por uma questão de equidade e devido à rigidez da despesa pública. No entanto, frisou que foi "uma decisão que gostaria de poder não ter tomado". Embora tenha afastado a hipótese de regressar ao cargo, afirmou que reverter esta taxa seria uma prioridade pela "mensagem que transmite e pelo incentivo que dá a comportamentos" importantes para o futuro dos cidadãos e das empresas.

Já nas suas atuais funções como Comissária Europeia, mencionou estar a trabalhar em recomendações aos Estados-membros para a criação de contas de poupança e investimento acessíveis, acompanhadas de incentivos fiscais, para promover a literacia financeira e a poupança.