A decisão reflete a confiança dos investidores na trajetória orçamental do país e na contínua redução do rácio da dívida pública.
A S&P justificou a subida da notação com as “expectativas de ainda maior desalavancagem financeira externa da economia portuguesa” e a previsão de que “Portugal continuará a apresentar excedentes na balança corrente apesar de uma maior incerteza global e no comércio”.
O Ministério das Finanças considerou a decisão “uma vitória para Portugal e para o caminho percorrido pelo país”.
A melhoria da perceção de risco reflete-se nos mercados, com o spread das obrigações portuguesas a 10 anos face às alemãs a atingir valores mínimos desde 2008, posicionando Portugal entre os países menos arriscados da Zona Euro.
O economista António Nogueira Leite refere que, apesar do aumento da despesa, “o cenário mais provável para a evolução da dívida é positivo”. Pedro Brinca, professor da Nova SBE, destaca a “impressionante trajetória de diminuição da dívida” e a existência de um “consenso político alargado sobre a necessidade de contas certas”.
A S&P projeta que a dívida pública continue a descer, atingindo 81,9% do PIB em 2028, suportada por “uma sólida trajetória orçamental”.
Esta evolução positiva contrasta com o período entre 2012 e 2017, quando a dívida portuguesa era considerada “especulativa” ou “lixo”.