A análise, publicada pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GPEARI) do Ministério das Finanças, revela a complexa interação entre a política fiscal e a evolução dos rendimentos.
Segundo o estudo, o IRS foi responsável por reduzir em 11,9% as desigualdades entre as famílias no ano passado.
Este cálculo baseia-se na diferença entre o índice de Gini, um medidor de desigualdade, antes e depois da aplicação do imposto. O coeficiente de Gini para o rendimento antes de IRS situou-se em 42,2 pontos, caindo para 37,2 pontos após a liquidação do imposto, o que demonstra o seu caráter progressivo.
No entanto, a análise do GPEARI nota que este efeito redistributivo abrandou, particularmente entre a metade mais pobre da população.
A evolução dos salários e as alterações introduzidas no próprio imposto ao longo dos anos são apontadas como fatores que explicam esta tendência.
Embora o imposto continue a ser uma ferramenta crucial para a justiça social, o seu impacto na atenuação das disparidades de rendimento parece estar a diminuir de intensidade.
Esta conclusão surge num momento de debate sobre futuras reformas fiscais, incluindo a descida das taxas e o possível alargamento da base tributável, o que poderá influenciar ainda mais a capacidade do IRS para corrigir as desigualdades no futuro.