Esta avaliação reflete uma notável recuperação das finanças públicas, marcada pela redução contínua da dívida e pela obtenção de saldos orçamentais positivos, transformando o país num dos portos seguros da Zona Euro. A decisão da S&P, que elevou a notação de 'A' para 'A+' com perspetiva positiva, foi justificada pela agência com base na "política orçamental prudente e sólida que Portugal tem seguido" e na expectativa de "excedentes moderados" e contínua melhoria das métricas financeiras.

Esta melhoria representa um marco na trajetória do país, que entre 2012 e 2017 viu a sua dívida classificada como 'lixo' (grau especulativo) pelas principais agências.

A recuperação foi impulsionada por uma estratégia governamental focada na consolidação orçamental.

O rácio da dívida pública, que se situava em 126% do PIB em 2017, iniciou uma trajetória descendente, fixando-se em 96,3% no primeiro trimestre de 2025. Paralelamente, o défice orçamental de 3% em 2017 deu lugar a excedentes.

O Ministério das Finanças destacou que, com esta classificação, Portugal ultrapassa países como Espanha e Itália e tem apenas nove países da Zona Euro com uma notação superior.

A melhoria da perceção de risco traduz-se em custos de financiamento mais baixos para o Estado, empresas e famílias, e o 'spread' da dívida portuguesa a 10 anos face à alemã encontra-se em mínimos históricos.

Analistas esperam que outras agências, como a Fitch e a Moody's, sigam o exemplo da S&P com futuras subidas de 'rating'.