A instabilidade resultante está a gerar preocupações nos mercados financeiros, com os juros da dívida soberana a atingirem máximos históricos e a levantar questões sobre a sustentabilidade das finanças públicas francesas e o seu impacto na Zona Euro.
O impasse político foi desencadeado pelo plano do governo de François Bayrou para reduzir o défice orçamental de 5,8% para 4,6% do PIB em 2026, através de cortes na despesa e congelamento de pensões. A proposta enfrentou uma forte oposição parlamentar, tanto da esquerda como da direita, culminando numa moção de confiança com elevada probabilidade de chumbo.
A reação dos mercados foi imediata, com as 'yields' das obrigações francesas a 30 anos a atingirem o nível mais alto desde 2011.
A turbulência alastrou-se a outros mercados, como o do Reino Unido, e levantou preocupações sobre a exposição dos bancos europeus, embora os bancos portugueses reportem uma exposição limitada.
Analistas, como os da Schroders e ING, alertam que a instabilidade política poderá levar a "mais derrapagens orçamentais", aumentar a pressão sobre o 'rating' de crédito de França e frustrar a retoma do crescimento europeu.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, embora desdramatizando o risco de um resgate pelo FMI, reconheceu a preocupação com um colapso governamental num país da Zona Euro.














