As principais confederações empresariais e de proprietários em Portugal começaram a delinear as suas expectativas e exigências para o Orçamento do Estado de 2026, manifestando confiança na sua aprovação e apelando a um consenso político alargado para evitar instabilidade. As confederações patronais aguardam a apresentação das linhas gerais do OE2026 na próxima reunião da Concertação Social, agendada para 24 de setembro, esperando que o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, discuta a proposta "em tempo útil" para que possam dar os seus contributos. O presidente da CIP, Armindo Monteiro, sublinhou a necessidade de diálogo construtivo, afirmando que os partidos "terão de dialogar, de forma construtiva, colocando o interesse nacional acima de quaisquer interesses partidários".
Na mesma linha, João Vieira Lopes, presidente da CCP, espera que "exista um esforço político para haver consensos alargados".
As propostas variam entre as confederações.
A CCP defende um "efetivo ‘choque fiscal’ com impacto na vida das empresas", focando-se na redução das tributações autónomas, que considera mais transversais e impactantes do que a descida nominal do IRC. A CTP, por sua vez, manifesta concordância com a redução progressiva do IRC para 19% em 2026.
A CIP planeia apresentar as suas propostas, que deverão incluir novamente a isenção de IRS para um 15.º salário voluntário.
Do lado dos proprietários, a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) apresentou um pacote de dez medidas, onde se destacam a extinção do Adicional ao IMI (conhecido como 'imposto Mortágua') e o fim do congelamento das rendas antigas, argumentando que estas medidas são cruciais para devolver a confiança ao mercado.
Em resumoAs confederações empresariais e de proprietários mostram-se confiantes na viabilização do OE2026, mas apresentam um conjunto de exigências fiscais, incluindo a redução do IRC e das tributações autónomas, e a eliminação de impostos sobre o património, como condições para melhorar a competitividade e a confiança na economia.