O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as suas três taxas de juro diretoras inalteradas, numa decisão que reflete a estabilização da inflação na Zona Euro e que tem implicações diretas para as taxas Euribor, indexantes da maioria dos créditos à habitação em Portugal. Na sua reunião de setembro, o Conselho do BCE manteve a taxa de facilidade permanente de depósito em 2,00%, a taxa das operações principais de refinanciamento em 2,15% e a taxa de cedência marginal de liquidez em 2,40%. Esta foi a segunda pausa consecutiva, após um ciclo de oito cortes iniciado em junho de 2024. A justificação do BCE baseia-se na sua avaliação de que "a inflação situa-se atualmente em torno do objetivo de médio prazo de 2%". As projeções dos especialistas do BCE apontam para uma inflação média de 2,1% em 2025.
A decisão do BCE influencia diretamente as taxas Euribor, que são fixadas com base nos juros a que os bancos da Zona Euro emprestam dinheiro entre si. Os artigos noticiam descidas nas taxas Euribor nos vários prazos no dia seguinte à decisão do BCE.
A Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, representava 37,96% do stock de empréstimos em julho.
A manutenção das taxas pelo BCE proporciona alguma previsibilidade a curto prazo para as famílias e empresas com empréstimos indexados, embora as taxas permaneçam em níveis que restringem a atividade económica.
Em resumoA decisão do BCE de manter as taxas de juro diretoras estabiliza, por agora, o custo do dinheiro na Zona Euro, com um impacto direto nas taxas Euribor e, consequentemente, nas prestações de crédito em Portugal. A política monetária futura continuará dependente da evolução dos dados económicos e da inflação.