Numa entrevista concedida durante uma visita a Lisboa, Laura Kövesi afirmou que "o número de casos explodiu em Portugal". A delegação portuguesa da Procuradoria Europeia (EPPO) investiga atualmente 60 processos de alegadas fraudes, com um prejuízo estimado em 868 milhões de euros, valor que poderá ascender a mil milhões até ao final de 2025. A procuradora destacou a prevalência da fraude ao IVA transfronteiriço, um crime altamente lucrativo e de menor risco para grupos de crime organizado, incluindo redes chinesas e russas, que utilizam estes esquemas para branqueamento de capitais. Kövesi exemplificou com as operações Admiral e Ambrosia, que envolvem Portugal, onde já foram apreendidos 75 milhões de euros que podem ser recuperados para o orçamento nacional. Apesar de elogiar a colaboração com as autoridades portuguesas, a procuradora-geral europeia solicitou o reforço da equipa com mais dois procuradores delegados, argumentando que um maior investimento em meios de investigação se traduziria num retorno financeiro significativo para o Estado.

Kövesi frisou que "não existem países limpos" e que a investigação criminal é fundamental para desmantelar estas redes.