Esta é a principal conclusão do "Observatório da Competitividade Fiscal 2025", um estudo anual da consultora Deloitte, que mereceu ampla cobertura mediática.
De acordo com os dados do estudo, 60% das empresas inquiridas continuam a considerar o sistema fiscal simultaneamente complexo e ineficaz, enquanto 93% o classificam como complexo.
Apesar desta visão crítica, o relatório assinala uma ligeira melhoria na perceção de eficácia, que subiu para 33%, invertendo o pessimismo registado em 2023 e 2024, embora ainda permaneça distante dos níveis mais favoráveis observados entre 2019 e 2021.
O funcionamento da justiça e o próprio sistema fiscal são apontados como os maiores obstáculos ao investimento em Portugal, suplantando a legislação laboral, que perdeu relevância nesta matéria. Luís Belo, Partner e Tax Leader da Deloitte, sublinha que, apesar de "alguma evolução positiva, as empresas continuam a identificar o sistema fiscal como um dos maiores obstáculos ao investimento", reforçando "a importância de apostar na simplificação administrativa, no funcionamento célere da justiça tributária e numa maior previsibilidade da lei fiscal". No que toca a medidas concretas, as empresas valorizaram a redução da taxa nominal de IRC para 20% no Orçamento do Estado, mas consideram que o reforço do IRS Jovem foi "pouco ou nada eficaz" para travar a fuga de talentos (54% dos inquiridos). As áreas prioritárias para melhoria em sede de IVA são a revisão das regras de recuperação de créditos incobráveis e dos pedidos de reembolso.














