Contudo, esta medida gerou um alerta do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que prevê um "abrandamento expressivo" do consumo privado em 2026.
A entidade argumenta que a redução da retenção na fonte resultará num menor reembolso de IRS no próximo ano, diminuindo o rendimento disponível das famílias na primeira metade de 2026.
No campo das propostas, o debate intensificou-se.
A Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que reúne 142 líderes empresariais, defendeu uma reconfiguração radical do imposto, propondo a eliminação dos primeiros cinco escalões de rendimento. Segundo a BRP, esta medida seria crucial para "quebrar a armadilha de pobreza" e libertar o potencial de crescimento de 60% dos trabalhadores portugueses, argumentando que "o Estado fica com 62% do aumento salarial de quem ousa escapar do salário mínimo nacional, o que é imoral". Do lado sindical, a CGTP reivindica uma "descida generalizada do IRS, tendo em conta os rendimentos de cada um", inserindo esta exigência num quadro mais vasto de valorização salarial. O cenário fiscal do IRS para 2026 será, assim, moldado pela interação entre a abordagem gradualista do Governo e as pressões por reformas mais estruturais.














