Apesar de uma ligeira melhoria na perceção geral, 60% dos empresários inquiridos mantêm uma visão crítica sobre o sistema, com 93% a classificá-lo como "complexo" e 62% como "ineficaz".
O estudo revela que, a par do funcionamento da justiça, o enquadramento fiscal é a principal desvantagem competitiva de Portugal. Luís Belo, Partner da Deloitte, sublinha que este resultado "reforça a importância de apostar na simplificação administrativa, no funcionamento célere da justiça tributária e numa maior previsibilidade da lei fiscal".
As empresas identificam a simplificação burocrática como a área mais sensível para atrair e manter investimento, seguida pela eficácia dos tribunais tributários.
Curiosamente, a legislação laboral perdeu relevância como obstáculo, sendo agora ultrapassada pelos custos de contexto.
Apesar das críticas, há um reconhecimento do potencial da política fiscal, com 93% dos inquiridos a acreditarem que esta pode impulsionar a competitividade, embora 98% considerem que há margem para melhorias. No que toca a medidas específicas, a redução da taxa de IRC e a atenuação das tributações autónomas foram as mais valorizadas no OE2025, enquanto a revisão das regras de reembolso do IVA é vista como uma área prioritária para futuras intervenções. Esta perceção negativa do sistema fiscal por parte do tecido empresarial reforça a urgência das reformas de simplificação e celeridade processual que estão a ser discutidas pelo Governo.














