A Comissão Europeia apresentou um ambicioso plano para criar uma União da Poupança e do Investimento, com o objetivo de canalizar as vastas poupanças privadas dos cidadãos europeus para o mercado de capitais. A iniciativa, liderada pela comissária portuguesa Maria Luís Albuquerque, visa gerar mais de 1,2 biliões de euros em investimento produtivo ao longo de 10 anos, fortalecendo a economia da UE. A proposta assenta em duas frentes: uma estratégia para aumentar a literacia financeira, dado que menos de um quinto dos europeus apresenta um nível elevado nesta área, e a criação de Contas de Poupança e Investimento (CPI) com vantagens fiscais. Estas contas seriam concebidas para serem simples, acessíveis a pequenos aforradores — com a comissária a defender que deveria ser possível investir “a partir de apenas dez euros” — e disponibilizadas por um vasto leque de prestadores, incluindo bancos e neocorretores.
O plano recomenda que os Estados-Membros ofereçam um “tratamento fiscal vantajoso”, como deduções, isenções ou procedimentos simplificados, para tornar as CPIs atrativas.
A comissária sublinhou que, com estas contas, “os europeus podem obter melhores rendimentos das suas poupanças, apoiando simultaneamente o financiamento das empresas da União Europeia, o crescimento económico e a criação de emprego”. A medida surge num contexto em que a UE dispõe de 33 biliões de euros em poupanças privadas, maioritariamente em depósitos de baixo rendimento, enquanto perde anualmente 470 mil milhões de euros de investimento que não é realizado no espaço comunitário.
Em resumoA Comissão Europeia, sob a liderança de Maria Luís Albuquerque, propõe a criação de Contas de Poupança e Investimento com benefícios fiscais para incentivar os cidadãos a desviar poupanças de depósitos para o mercado de capitais. A iniciativa visa fortalecer a economia europeia, financiar empresas e melhorar a literacia financeira, com um potencial de mobilização de 1,2 biliões de euros.