Por exemplo, o primeiro escalão, que atualmente abrange rendimentos coletáveis até 8.059 euros, passará a ir até 8.342 euros.

Esta alteração, que se aplica a todos os nove escalões, permite que os contribuintes mantenham por mais tempo uma taxa de imposto mais baixa à medida que o seu rendimento nominal aumenta. No entanto, fiscalistas alertam que esta atualização de 3,51% fica aquém do referencial de 4,6% para os aumentos salariais acordado em Concertação Social, o que poderá resultar num agravamento da carga fiscal real para quem tiver aumentos salariais superiores à atualização dos escalões.

Adicionalmente, o Orçamento do Estado para 2026 deverá consagrar uma nova descida das taxas marginais do 2.º ao 5.º escalão em 0,3 pontos percentuais, um compromisso assumido pelo Governo no Parlamento.

Simulações realizadas pela consultora EY indicam que o efeito combinado destas duas medidas se traduzirá em ganhos líquidos anuais que podem variar entre dezenas e mais de 200 euros, dependendo do rendimento e da composição do agregado familiar. Um trabalhador solteiro com um salário bruto de 1.500 euros mensais poderá poupar cerca de 58 euros por ano, enquanto um com 3.000 euros de salário poderá ver o seu rendimento líquido aumentar em mais de 200 euros.

Propostas mais ambiciosas, como a da Business Roundtable Portugal, que defende a eliminação dos cinco primeiros escalões, também marcam o debate, embora com pouca probabilidade de serem acolhidas.