Com uma valorização de quase 50% desde o início do ano, 2025 perfila-se como o melhor ano para o metal precioso desde 1979. A escalada do preço é atribuída a uma confluência de fatores. Em primeiro lugar, as compras massivas por parte de bancos centrais, especialmente de mercados emergentes, que procuram diversificar as suas reservas e reduzir a dependência do dólar americano. Em segundo lugar, a própria fraqueza do dólar, que tem uma correlação historicamente inversa com o ouro, torna o metal mais atrativo para detentores de outras moedas.

Por fim, o contexto de incerteza geopolítica, incluindo a guerra na Ucrânia, o conflito em Gaza e as tensões comerciais, leva os investidores a procurar a segurança do ouro.

Analistas de instituições como o Bank of America e o Bankinter já reviram em alta as suas previsões, apontando para um preço-alvo de 4.000 dólares.

Argumentam que, para além dos fatores geopolíticos, a pressão inflacionista e o défice estrutural dos Estados Unidos sustentam esta tendência.

O grupo bancário Julius Baer destaca que as expectativas de novos cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA se tornaram um "fator-chave", impulsionando a procura tanto por ouro como por prata. A instituição financeira mantém uma perspetiva "construtiva" para ambos os metais, notando que continuam a registar-se entradas de capital em produtos com respaldo físico, indicando que "os investidores não parecem estar totalmente fartos do ouro e da prata".