Este movimento, impulsionado pela incerteza geopolítica e económica global, valorizou significativamente as reservas de ouro do Banco de Portugal, reforçando a sua posição como um ativo de refúgio crucial para a estabilidade financeira nacional. A escalada do preço do metal precioso, que acumulou uma valorização de quase 50% em 2025, é atribuída a um conjunto de fatores que aumentam a procura por ativos seguros. Entre as causas apontadas estão a paralisação do governo federal nos Estados Unidos, a instabilidade política em França, os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia, a perspetiva de cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana e um dólar enfraquecido. A analista Ewa Manthey, do banco ING, referiu que “o ouro registou um rally histórico, duplicando em menos de dois anos, impulsionado pelas compras dos bancos centrais, que diversificam as suas reservas para além do dólar americano”.
Este movimento reflete-se diretamente nas finanças públicas portuguesas.
O Banco de Portugal detém 382,7 toneladas de ouro, uma quantidade que se mantém inalterada. Com a subida da cotação, o valor destas reservas ultrapassou os 46 mil milhões de euros, o que representa uma valorização de cerca de 47% desde o início do ano, quando valiam 31 mil milhões de euros.
Esta valorização substancial fortalece o balanço do banco central e serve como um importante amortecedor contra choques financeiros.
O otimismo dos mercados em relação ao ouro persiste, com o banco de investimento Goldman Sachs a elevar a sua previsão de preço para 4.900 dólares por onça até ao final de 2026.













