O Parlamento aprovou na especialidade a proposta do Governo para uma redução progressiva da taxa geral do IRC, que passará dos atuais 20% para 19% em 2026, 18% em 2027 e 17% a partir de 2028. A medida, que contou com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e Chega, e o voto contra do PS, representa uma das principais bandeiras fiscais do executivo para aumentar a competitividade das empresas. Além da descida da taxa geral, a proposta aprovada contempla uma redução da taxa aplicável aos primeiros 50.000 euros de matéria coletável das pequenas e médias empresas (PME) e das empresas de pequena-média capitalização (Small Mid Caps), que passará de 16% para 15% já em 2026.
Esta alteração específica obteve a abstenção do PS.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) estima que a redução da taxa de IRC para 19% terá um impacto orçamental de 300 milhões de euros, resultando numa diminuição da receita fiscal de IRC em 199 milhões de euros no próximo ano. O Governo justifica a medida como um “instrumento determinante no aumento da produtividade das empresas, influenciando diretamente a sua competitividade e a sua capacidade de investir, inovar e remunerar melhor os seus trabalhadores”.
A descida do imposto é vista como um estímulo à atividade económica, especialmente num contexto de incerteza geopolítica e abrandamento da procura externa.
A associação empresarial Business Roundtable Portugal (BRP) considerou a redução do IRC “um passo na direção certa”, embora tenha lamentado a complexidade do sistema, que inclui derramas progressivas.
Em resumoAprovada a redução gradual do IRC para 17% até 2028, com a primeira descida para 19% em 2026. A medida, que inclui uma taxa reduzida de 15% para PME, visa aumentar a competitividade empresarial, apesar de implicar uma quebra na receita fiscal.