O receio em torno da qualidade do crédito em bancos regionais norte-americanos provocou uma onda de vendas nos mercados financeiros globais, reavivando memórias da crise de confiança de 2023. Anúncios de perdas de crédito por parte de instituições como o Zions Bancorp e o Western Alliance Bancorp, ligados a falências no setor de crédito automóvel, levaram a quedas acentuadas nas ações do setor bancário na Europa e nos EUA.\n\nA turbulência teve origem nos EUA, onde o índice KBW Regional Banking registou a maior descida diária em seis meses, com o Zions Bancorp a desvalorizar 13% e o Western Alliance a perder cerca de 11%.
O pânico contagiou a Europa, onde o índice Stoxx 600 Europe chegou a cair 1,9%, com bancos como o Deutsche Bank e o Barclays a sofrerem perdas superiores a 6%.
Em Portugal, o BCP também foi penalizado.
Os anúncios dos bancos surgiram dias após as falências da First Brands Group, um fabricante de peças automóveis, e da Tricolor Holdings, uma empresa de crédito automóvel de elevado risco. Estes colapsos levantaram questões sobre os padrões de concessão de crédito num mercado de empréstimos alavancados de 2 biliões de dólares.
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, comentou a situação com um alerta: “Quando se vê uma barata, é provável que haja mais”. No entanto, alguns analistas consideram que as perdas são “idiossincráticas” e não um sinal de um problema sistémico, destacando que os bancos regionais estão hoje mais capitalizados do que em 2023.
Em resumoPerdas de crédito em bancos regionais dos EUA, ligadas a falências no setor de crédito automóvel subprime, geraram uma forte reação negativa nos mercados financeiros globais. Embora o pânico inicial tenha diminuído, o episódio expôs a preocupação dos investidores com a qualidade do crédito e o risco de contágio, reavivando o fantasma da instabilidade bancária.