O organismo consultivo independente da Comissão Europeia alerta que o processo comprometeu a disciplina orçamental ao privilegiar negociações bilaterais em detrimento de um escrutínio multilateral robusto. No seu relatório anual, o COE afirma que, "em vez do escrutínio multilateral previsto pelos Tratados, o processo foi dominado por trocas bilaterais confidenciais, o que abriu caminho a maior tolerância face a suposições nacionais otimistas de médio prazo". Esta abordagem resultou na ausência de relatórios por país por parte da Comissão Europeia, na confidencialidade das orientações prévias e na aceitação de planos nacionais assentes em cenários macroeconómicos demasiado otimistas.
O COE defende que "um impulso orçamental mais restritivo para a área do euro teria sido apropriado em 2024", especialmente porque a atividade económica ficou aquém do esperado.
O relatório critica ainda os governos por não terem aproveitado os excedentes de receita para reduzir os desequilíbrios acumulados durante a pandemia, optando antes por "aumentar ainda mais a despesa corrente". A reforma, que reintroduziu os limites de 3% do PIB para o défice e 60% para a dívida pública, visa tornar as regras mais flexíveis e orientadas para a sustentabilidade da dívida de cada país, mas, segundo o COE, a sua implementação apressada fragilizou a sua eficácia inicial.












