Estes números colocam Portugal entre os poucos países da zona euro com um saldo positivo, um desempenho elogiado pelo FMI, que considera que o país está "num bom caminho".
No entanto, a sustentabilidade deste equilíbrio orçamental é alvo de escrutínio.
Os dados revelam uma forte dependência do saldo positivo da Segurança Social, que deverá contribuir com o equivalente a 2,1% do PIB em 2026.
Sem este contributo, as contas do Estado apresentariam um défice de 2%.
Esta realidade sublinha a vulnerabilidade do saldo orçamental a variações no mercado de trabalho e na demografia.
Adicionalmente, economistas alertam para o "forte aumento da despesa estrutural", nomeadamente com salários da função pública e prestações sociais, que cresceram 9,7 mil milhões de euros em dois anos. Este aumento da despesa corrente primária é visto como um risco, pois cria um nível de encargos permanentes que pode ser difícil de ajustar em cenários económicos adversos. Em resposta, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assegura que a despesa permanente está controlada, mantendo-se estável em torno de 36,5% do PIB, e que o crescimento da despesa líquida primária em 2026 (4,8%) ficará abaixo do teto acordado com Bruxelas (5,1%). A trajetória de redução da dívida, que deverá ficar abaixo dos 90% do PIB pela primeira vez desde 2009, continua a ser uma prioridade, com o objetivo de longo prazo de atingir um rácio inferior a 60% até 2035.













