O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, rejeitou veementemente a ideia, classificando-a como um “erro” que comprometeria a sustentabilidade do sistema a longo prazo. Miranda Sarmento defendeu que “não devemos usar os saldos da Segurança Social, que são para robustecer a sustentabilidade a médio e longo prazo, para fazer aumentos permanentes das pensões”.

O ministro contrapôs a proposta do PS com a estratégia do Governo, que utilizou a margem orçamental para atribuir um suplemento extraordinário aos pensionistas em 2024 e 2025.

No entanto, admitiu que repetir a medida em 2026 será “muito mais difícil” devido ao peso dos empréstimos do PRR nas contas públicas.

Por sua vez, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de uma “falha sistemática” na previsão do saldo da Segurança Social, descrevendo-o como um “gato escondido com rabo de fora” no valor de mil milhões de euros. Sarmento contestou este valor, explicando que o saldo de agosto estava inflacionado por uma transferência de 600 milhões de euros da administração central, destinada precisamente a pagar o suplemento extraordinário das pensões, e que o aumento real era de cerca de 400 milhões, insuficiente para suportar um aumento estrutural da despesa.