Os Certificados de Aforro registaram um aumento de interesse por parte das famílias portuguesas, com o montante total investido a ultrapassar pela primeira vez os 39 mil milhões de euros em setembro. Este renovado apetite é atribuído à subida da taxa de juro base, que interrompeu uma tendência de queda e tornou o produto mais competitivo face aos depósitos a prazo. Em resposta a esta popularidade e para aumentar a segurança, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) implementou, a partir de 20 de outubro de 2025, novas regras de validação. O novo procedimento exige a correspondência obrigatória entre o NIF e o IBAN do titular da conta de aforro.
Caso esta validação falhe, a conta será “temporariamente imobilizada” até que o aforrista apresente um comprovativo atualizado num ponto de atendimento autorizado.
Segundo o Ministério das Finanças, esta medida visa “prevenir situações de fraude e reforçar a integridade das operações”.
A urgência destas medidas é sublinhada por um alerta do Tribunal de Contas (TdC), que identificou 1.174 milhões de euros em Certificados de Aforro e do Tesouro em risco de prescrição. Grande parte deste valor pertence a titulares já falecidos ou a contas com dados desatualizados, o que impede o IGCP de efetuar os pagamentos.
O TdC adverte que, se os valores não forem reclamados, prescreverão a favor do Fundo de Regularização da Dívida Pública. O processo de conversão dos certificados físicos para o formato digital, que decorrerá até 2029, agrava o risco de perda de juros para os aforradores que não atualizarem os seus dados a tempo.
Em resumoO IGCP reforçou a segurança das contas de aforro com a validação obrigatória de NIF e IBAN, uma medida que pode levar ao bloqueio temporário de contas. A iniciativa surge num momento de crescente procura por estes produtos, mas também de alerta do Tribunal de Contas para mais de mil milhões de euros em risco de prescrição devido a dados desatualizados ou titulares falecidos.