Esta decisão, embora assegurando a estabilidade governativa, foi acompanhada de fortes críticas da oposição, que classificou o documento como pouco ambicioso e inconsistente. A aprovação do documento na generalidade foi assegurada pelo anúncio de abstenção da bancada socialista, uma decisão justificada pelo secretário-geral do partido, José Luís Carneiro, em nome da “estabilidade política necessária” e para garantir o cumprimento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No entanto, o deputado do PS, António Mendonça Mendes, esclareceu que não se tratava de um “voto de confiança nem nas políticas subjacentes nem nas contas apresentadas”. A oposição socialista foi mais contundente pela voz de Miguel Costa Matos, que classificou o documento como um “verdadeiro orçamento de fim de festa”, acusando o Governo de ter “estourado as contas certas que o PS deixou”.
Por seu lado, a Iniciativa Liberal anunciou o seu voto contra, considerando o orçamento “pouco ambicioso para os portugueses” e “muito ganancioso para o Estado”.
O Governo, pela voz do Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu a sua estratégia, rejeitando as acusações de desequilíbrio e sublinhando que o Orçamento não prevê o aumento de “nenhum imposto”. Sarmento acusou o PS e o Chega de contradição, ao criticarem o aumento da despesa enquanto propunham “medidas que aumentam a despesa estrutural”.
O debate refletiu, assim, um cenário de estabilidade política garantida, mas com uma profunda clivagem sobre a sustentabilidade e a ambição das políticas orçamentais do Executivo.













