O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reiterou durante o debate do Orçamento do Estado a necessidade de manter um ritmo de redução anual de “três a quatro pontos percentuais por ano” para reforçar a sustentabilidade das finanças públicas e a credibilidade externa do país. Esta posição foi defendida de forma consistente pelo ministro, que alertou para a importância de não interromper o caminho de consolidação. A proposta de OE2026 reflete esta prioridade, estimando uma redução do rácio da dívida para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026. Atingir um valor abaixo do limiar dos 90% é um marco significativo, pois, segundo as novas regras europeias, aliviaria a exigência de redução anual de um ponto percentual para apenas 0,5 pontos percentuais, conferindo maior margem orçamental a Portugal. A longo prazo, a ambição do Governo é ainda maior, com o ministro a apontar para um rácio abaixo dos 60% do PIB até 2035.

No entanto, o endividamento total do setor não financeiro, que inclui administrações públicas, empresas e particulares, continua a crescer, tendo atingido 857 mil milhões de euros em agosto, segundo dados do Banco de Portugal. Este aumento, impulsionado tanto pelo setor público como pelo crédito à habitação, sublinha a complexidade do desafio de desalavancagem da economia nacional, apesar dos progressos no rácio da dívida pública.