No entanto, o documento enfrenta duras críticas do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que questiona a sua transparência, sustentabilidade e a própria concretização do saldo positivo.
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu a necessidade de “manter o ritmo de redução da dívida de três a quatro pontos percentuais por ano”, considerando-a um dos “aspetos mais frágeis da economia portuguesa”. As metas do Governo apontam para um excedente de 0,3% em 2025 e 0,1% em 2026, com a dívida a baixar para 87,8% do PIB nesse ano. Contudo, o CFP alertou que o excedente “está alicerçado na previsão de um adicional de dividendos a receber e do encaixe financeiro a obter com a alienação de imóveis”, considerando que, sem estas medidas pontuais, o resultado seria um défice de 0,3% do PIB. A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral projeta mesmo um défice de 0,6% para 2026, afirmando que o Ministério das Finanças “aparenta subestimar algumas componentes” da despesa e que a previsão “é pouco coerente com a dinâmica de crescimento”. A credibilidade do documento foi ainda abalada pela deteção de “inconsistências” no cálculo da despesa líquida pela Comissão Europeia e pelo CFP, o que obrigou o Governo a rever o valor de 5,6% para 4,8%.
O debate político intensificou-se com a acusação do PS sobre um “gato escondido” na Segurança Social, à qual Sarmento respondeu que “usar o saldo da Segurança Social para aumentos permanentes é um erro”.














