Esta vulnerabilidade justifica a insistência do executivo na necessidade de “manter o ritmo de redução da dívida de três a quatro pontos percentuais por ano”, uma meta que estrutura a política orçamental delineada para os próximos anos. As projeções inscritas no Orçamento do Estado para 2026 apontam para uma descida do rácio da dívida para 90,2% do PIB em 2025 e para 87,8% em 2026.
Se estas metas forem alcançadas, Portugal melhorará a sua posição relativa na Zona Euro, ultrapassando países como a Finlândia, cuja trajetória da dívida tem sido ascendente.
Este esforço de consolidação ocorre num contexto global de endividamento crescente, com o FMI a alertar para um potencial “tsunami da dívida pública”, o que reforça a prudência da estratégia governamental.
Paradoxalmente, enquanto o Governo trabalha para reduzir o stock da dívida, a procura interna por estes títulos atinge níveis recorde.
A subscrição de dívida pública, nomeadamente Certificados de Aforro, através dos CTT, mais do que duplicou até setembro, refletindo a preferência dos aforradores portugueses por produtos considerados seguros e com taxas de juro competitivas. Esta forte adesão dos cidadãos à dívida nacional demonstra uma base de financiamento doméstico robusta, que coexiste com o objetivo macroeconómico de diminuir o peso global do endividamento do Estado.














