A operação encerra um longo ciclo de intervenção pública na instituição, iniciado em 2014 com a resolução do Banco Espírito Santo (BES), e garante uma recuperação significativa dos fundos públicos injetados ao longo dos anos.
Com a assinatura dos acordos de adesão, o Tesouro e o FdR exerceram a cláusula de venda obrigatória (drag-along), alienando as suas posições nas mesmas condições que o acionista maioritário, o fundo norte-americano Lone Star. A transação permite um encaixe imediato de, pelo menos, 1,686 mil milhões de euros, que, somado aos dividendos já recebidos, eleva a recuperação total para perto de 2 mil milhões de euros.
O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, destacou que a operação “reforça a diversificação do sistema bancário nacional, evitando concentrações excessivas”, uma vez que o comprador é um grupo francês e não um dos concorrentes espanhóis. Para salvaguardar os interesses do Estado, o acordo estabelece que a responsabilidade futura das entidades públicas está limitada a um máximo de 10% das receitas líquidas da venda. A conclusão do negócio coincidiu simbolicamente com a realização de buscas da Polícia Judiciária, no âmbito da operação “Haircut”, à sede do Novobanco e à consultora KPMG, por suspeitas de crimes como corrupção e burla qualificada na venda de ativos do banco desde 2018. A ABESD, uma associação de lesados do BES, considerou o momento “profundamente simbólico”, sublinhando que a confiança no sistema financeiro permanece abalada.














