A análise de instituições independentes acrescenta complexidade ao debate.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP), presidido por Nazaré da Costa Cabral, manifestou preocupação com os riscos externos, nomeadamente a “situação de grande dificuldade financeira” em França, que “pode, de alguma maneira, vir a ter contágio numa economia como a portuguesa”.

A presidente do CFP aconselhou prudência, defendendo que, “enquanto não tivermos um controlo efetivo do comportamento da despesa corrente primária do Estado, pode ser imprudente (...) fazer reduções estruturais de receita pública”. Por outro lado, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) calculou que o Governo dispõe de uma “almofada de 0,5% do PIB”, sugerindo alguma margem para acomodar desvios ou novas medidas. O Tribunal de Contas também interveio, alertando para a omissão de uma transferência de 355 milhões de euros para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.